Em 29 de outubro o mundo se dedica à conscientização sobre o acidente vascular cerebral – AVC.
A proporção de mortes por AVC no Brasil foi reduzida de 2016 a 2021, ficando então como a segunda maior causa de morte, logo após o infarto. No entanto, em 2022, após a pandemia, o AVC voltou a ser a maior causa de morte em nosso país.
Espera-se que pelo menos 25% da população brasileira tenha AVC ao menos uma vez na vida.
O tratamento mais efetivo é aquele que acontece em até quatro horas e meia após a ocorrência dos primeiros sintomas. A cada um minuto em que o AVC não é tratado, quase dois milhões de neurônios morrem.
Hoje, o Brasil conta com uma grande estrutura para assistência e um protocolo eficiente a ser seguido assim que a vítima de AVC procura atendimento. Porém, sintomas iniciais ainda são negligenciados, seja por desconhecimento, ou pela pouca importância a eles creditada. Esse fato resulta num atendimento mais demorado, o que pode ser decisivo tratando-se de sobrevivência, ou de sequelas permanentes.
Neste artigo, esclarecemos sobre a doença, seus sinais de alerta, e como identificar um AVC.
O que é um Acidente Vascular Cerebral (AVC)?
O AVC é consequência da alteração do fluxo de sangue no cérebro, o que resulta na morte de células nervosas da região cerebral atingida.
Existem dois tipos de AVC: o isquêmico, que ocorre quando falta sangue em alguma área do cérebro, e corresponde a 80% ou 85% dos casos; e o hemorrágico, que ocorre quando um vaso se rompe.
O AVC isquêmico pode ser causado por uma trombose (formação de placas numa artéria principal do cérebro) ou embolia (quando um trombo ou uma placa de gordura originária de outro vaso em alguma parte do corpo se solta e chega aos vasos cerebrais pela rede sanguínea).
O AVC hemorrágico é resultado do rompimento de vasos sanguíneos que na maioria das vezes se dá no interior do cérebro. Em outros casos, o sangramento ocorre entre o cérebro e a membrana aracnoide (uma das membranas que compõem a meninge). Como consequência imediata, há o aumento da pressão intracraniana, que pode resultar em maior dificuldade para a chegada de sangue em outras áreas não afetadas e agravar a lesão. Esse subtipo de AVC é mais grave e tem altos índices de mortalidade.
Grupo e fatores de risco
Embora ocorra cada vez mais entre jovens, adultos acima de 55 anos ainda são mais propensos a sofrerem AVC. Além da idade, os fatores de risco são:
Sinais de alerta
- Abaixo listamos alguns dos sintomas mais comuns de AVC:
- Dificuldade para falar e entender o que outros estão falando;
- Paralisia ou dormência no rosto, braço ou perna, em apenas um lado do corpo;
- Dor de cabeça súbita e intensa;
- Tontura que pode ser acompanhada por vômitos;
- Perda da coordenação motora;
- Visão turva ou perda de visão em um ou ambos os olhos.
É importante procurar atendimento assim que os sintomas forem percebidos. Sintomas como dormência no braço esquerdo ou na perna são frequentemente ignorados como algo sem importância, mas já podem ser indícios de um possível acidente vascular cerebral.
Como identificar um AVC
Ao perceber alguns dos sinais acima, mantenha a calma e inicie imediatamente o teste conhecido como SAMU.
Sorriso: peça para a pessoa sorrir. Veja se um lado do rosto não mexe;
Abraço: veja se a pessoa consegue elevar os dois braços como se fosse abraçar ou se um membro não se move;
Música: veja se a pessoa repete o pedacinho de uma música ou se enrola as palavras;
Urgente: vá ao Pronto Atendimento ou Pronto Socorro mais próximo.
Procure atendimento imediatamente!
O socorro rápido evita o comprometimento mais grave das funções neurológicas, que pode deixar sequelas permanentes, como a redução de movimentos, a perda de memória e o prejuízo à fala.
Não negligencie os sintomas iniciais, por mais que eles possam ser associados a fatores como uma noite de sono numa posição incômoda, ou como alguma sensação de incômodo devido ao calor no verão.
Cada minuto é decisivo para aquele que sofre um AVC.