O Acidente Vascular Cerebral é uma das principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo. A Organização Mundial de AVC estima que uma em cada seis pessoas pode ser acometida ao longo da vida. Por isso, 29 de outubro é o Dia Mundial de Combate ao AVC, uma data que serve para alertar a população sobre essa condição.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Brasil contabiliza mais de 100 mil mortes em decorrência de AVC a cada ano. Mesmo assim, muitas pessoas não sabem identificar os seus sintomas ou prestar socorro, aumentando as chances de sequelas e óbitos. Para te ajudar, o Blog da Prevent Senior conversou com o neurologista dr. João Miguel, que atua na nossa rede, sobre as principais dúvidas sobre este tema.
“Se você ou alguém que você conhece estiver com sintomas, NÃO ESPERE MELHORAR!!! CORRA!!! Cada segundo é importante! LIGUE imediatamente para o número 192 (SAMU), ou para o serviço de ambulância de emergência, para que possam enviar o atendimento a você. O tempo é precioso!”, alerta o Dr. João Miguel.
O que é o AVC?
O AVC acontece quando existe uma interrupção do fluxo sanguíneo no cérebro, provocando a morte das células na região afetada. O AVC, em geral, é a segunda maior causa de morte no nosso país e a primeira causa de incapacitação temporária ou permanente.
“Devemos lembrar que os acidentes vasculares cerebrais são divididos em dois tipos básicos, o isquêmico e o hemorrágico”, destaca o Dr. João.
AVC Isquêmico - Frequente em 85% dos casos, ocorre quando temos a obstrução de uma artéria cerebral, que impede a circulação do sangue para determinadas áreas. Esse “entupimento” dos vasos cerebrais pode acontecer por dois fatores: a trombose (formação de placas na artéria) ou embolia (quando um trombo ou placa de gordura originária de outra parte do corpo se solta e chega aos vasos cerebrais pela corrente sanguínea).
“Quando ocorre um AVC isquêmico devemos tomar medidas para desobstruir precocemente a artéria cerebral fechada, responsável pelo evento. Assim, existem duas alternativas que se complementam. Dentro das primeiras 4 horas após o início dos sintomas, podemos infundir uma medicação (trombolítico), que determina a fragmentação e a dissolução do coágulo, restabelecendo o fluxo sanguíneo. Entretanto, quando temos a obstrução das maiores artérias cerebrais, que em geral levam a AVCs mais graves, a medicação muitas vezes não é suficiente para a desobstrução desses vasos. Para isso, hoje dispomos de uma tecnologia endovascular (por dentro dos vasos), que nos permite abrir o vaso fechado com uma espécie de stent, que remove o coágulo. Essa técnica pode ser aplicada em hospitais que dispõem de serviços de hemodinâmica, neurologistas e neurointervencionistas”, explica o médico.
Ainda de acordo com o Dr. João Miguel, quanto antes os vasos são desobstruídos, melhores são os resultados, podendo se aceitar até 24 horas após o início dos sintomas, dependendo do quadro de cada paciente. Contudo, as chances de recuperação são muito maiores quando o tratamento é aplicado nos primeiros minutos ou horas após o início dos sintomas. Por isso, a importância do reconhecimento do AVC e do encaminhamento do paciente para um hospital com brevidade.
AVC Hemorrágico - também conhecido como derrame, geralmente está ligado a quadros da elevação da pressão arterial. Este tipo de AVC acontece quando um vaso cerebral (seja ele pequeno ou até mesmo como decorrência de um aneurisma) se rompe espontaneamente, fazendo com que o sangue extravase para o interior do cérebro. Apesar desse tipo ser mais raro, na maioria dos casos ele é mais grave, com alto risco de morte, por provocar uma pressão intracraniana, que pode dificultar a chegada do sangue em outras áreas do corpo.
“Quando estamos diante de um AVC hemorrágico, devemos tomar as medidas iniciais que evitem que ele progrida. Neste caso, podemos realizar algum procedimento para drenar a hemorragia cerebral quando ela apresenta um volume maior, ou determinar o fechamento de um eventual aneurisma, que pode ser feito por meio de procedimento neurocirúrgico ou por procedimentos minimamente invasivos”, explica o neurologista.
Mantenha a calma! O médico explica como picos de nervosismo ou ansiedade podem influenciar o nosso corpo. “Quando há uma instabilidade emocional, o paciente pode ter uma elevação da pressão arterial, que pode, inclusive, determinar o acidente vascular cerebral (AVC) em determinadas circunstâncias”.
Principais sintomas
No momento do socorro a alguém que esteja com a suspeita de AVC, se houver tempo, você também pode aplicar um teste comum, conhecido como SAMU, que consiste em:
- Sorriso - Peça para a pessoa sorrir e verifique se o sorriso está torto
- Abraço - Quem sofre um AVC pode ter fraqueza em um dos lados do corpo, e por isso, é comum que não consiga levantar ambos os braços para abraçar outra pessoa
- Música - Peça para a pessoa cantar e verifique se existe alguma alteração na fala e na coerência
- Urgência - Se todos esses testes foram positivos, chame ajuda imediatamente!
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Fatores de risco:
O que pouca gente sabe é que, em alguns casos, esta condição pode ser prevenida. Para isso, é importante conhecer os fatores de risco que aumentam as chances de a pessoa sofrer um AVC (e que são os mesmos que provocam ataques cardíacos).
Pacientes portadores de hipertensão arterial, tabagistas, etilistas pesados ou portadores de algumas patologias específicas, como a doença renal policística, têm mais predisposição para o desenvolvimentos de enfermidades, como o AVC e o aneurisma cerebral.
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Reabilitação
As células cerebrais não se regeneram e também não há tratamento para a recuperação da área afetada. No entanto, os impactos que causam as sequelas relacionadas às funções, movimentos e fala podem ser amenizados quando o cérebro recebe os estímulos certos.
“Quando estamos diante de um AVC isquêmico, por exemplo, o tecido cerebral passa a receber menos oxigênio e nutrição a partir do momento que o vaso nutridor é ocluído, em geral por um coágulo. Com isso, a região passa a não funcionar corretamente já no momento que o prejuízo na circulação se instala, gerando os déficits relacionados ao AVC. Entretanto, este tecido não necessariamente se perdeu e pode recuperar as suas funções, caso o fluxo seja retomado. Assim, é fundamental que medidas sejam tomadas precocemente para restabelecer este fluxo e salvar o tecido sob risco”, explica o neurologista.
É muito importante que os pacientes passem por programas de reabilitação, que podem ajudar, principalmente, a resgatar a autonomia para a realização de atividades. Quanto mais cedo o paciente começar, após o aval do médico, melhores serão os resultados. Muitas vezes o processo de reabilitação de pacientes que tiveram um AVC começa dentro do próprio hospital.
“Devemos lembrar que o cérebro é um órgão complexo, com áreas que se responsabilizam por funções distintas. Assim, as sequelas criadas por um AVC se relacionam à área acometida. As sequelas mais comuns são os déficits motores, em que há redução de força de um lado do corpo, ou o déficit sensitivo, quando há prejuízo da sensibilidade em um lado do corpo. Entretanto, múltiplas sequelas podem ocorrer de acordo com a área comprometida, tais como prejuízo na visão, equilíbrio, fala, coordenação motora e atenção”, completa o Dr. João.
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Recomendações
- Controle sempre a pressão arterial e o nível de açúcar no sangue
- Tenha uma dieta equilibrada, com quantidades reduzidas de gordura, açúcar, sal e bebidas alcoólicas
- Mantenha o índice de colesterol total abaixo de 200
- Pratique atividades físicas regularmente
- Procure se distrair para reduzir o nível de estresse
- Não fume
- Informe ao seu médico casos de doenças cardíacas e neurológicas (como o AVC) em sua família
Prevent Senior
Operadora de saúde especialista em pessoas, a Prevent Senior atua há mais de 25 anos e conta com uma ampla rede própria. Os Hospitais e Prontos-Atendimento Sancta Maggiore são equipados com o que há de melhor para oferecer sempre em cuidados diferenciados, inclusive para tratamentos específicos para casos de neurologia.
A rede ainda é composta por Núcleos de Medicina Avançada e Diagnóstica e Núcleos especializados em Cardiologia, Oftalmologia, Oncologia, Ortopedia/Traumatologia e Reabilitação em São Paulo e no Rio de Janeiro.
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