Setembro é o mês de conscientização sobre o aneurisma cerebral, uma doença silenciosa que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), pode acometer até 2% da população, estando entre as doenças que mais resultam em óbitos no mundo. Para tirar as principais dúvidas sobre o tema e ajudar na identificação de sintomas, o Blog da Prevent Senior conversou com o chefe da neurointervenção da operadora, Dr. André Rezende.
O aneurisma cerebral muitas vezes não apresenta sintoma e, por isso, pode ser difícil de identificar. Muitos brasileiros não sabem que podem desenvolver esse problema. Mas, você sabe o que é aneurisma?
“Os aneurismas cerebrais são dilatações patológicas das paredes vasculares cerebrais. Dentre os diversos tipos, o aneurisma sacular é o mais comum, apresentando o aspecto semelhante a uma cereja ou um balão. Geralmente está localizado nas bifurcações das artérias, onde o fluxo sanguíneo provoca um maior estresse sobre a parede do vaso”, explica o Dr. André Rezende.
O que provoca o aneurisma?
O aumento de diâmetro nos vasos sanguíneos pode ocorrer pela formação de placas de gordura ou por calcificações.
“Geralmente isso ocorre em pacientes portadores de hipertensão arterial, tabagistas, etilistas pesados ou em portadores de algumas patologias específicas, como a doença renal policística. Embora uma minoria possa ser congênita, são lesões que se desenvolvem ao longo da vida. Em alguns pacientes existe um antecedente familiar associado”, explica o médico.
De acordo com o dr. André, os aneurismas saculares são diagnosticados com maior frequência em pacientes do sexo feminino e acima dos 50 anos.
Geralmente a condição se manifesta apenas quando um vaso se rompe, ocasionando um sangramento ao redor do cérebro (denominado de hemorragia subaracnóidea), uma das apresentações do AVC. Quando isso acontece, a região do cérebro que está afetada para de funcionar pela falta de irrigação.
Estima-se que dois milhões de neurônios fiquem comprometidos por minuto. Por isso, o socorro à vítima deve ser muito rápido.
Sintomas
Como dissemos anteriormente, o aneurisma é uma doença silenciosa, que só se manifesta quando o quadro já está mais avançado. “Geralmente a manifestação clínica desta ruptura é uma dor de cabeça aguda, de forte intensidade, muitas vezes acompanhada de náuseas, vômitos e confusão mental”, afirma o médico.
Quando devo me preocupar com a dor de cabeça? O médico explica que a dor de cabeça é um sintoma muito frequente em toda a população, mas que o sinal de alarme surge quando é uma dor fora do comum, com mais intensidade, e de uma hora para outra. Se isso ocorrer, busque imediatamente auxílio médico!
Além disso, “quando os aneurismas são grandes, podem comprimir estruturas cerebrais vizinhas, causando sintomas relacionados a esse efeito compressivo, como queda unilateral da pálpebra (ptose) acompanhada de dilatação pupilar (midríase) e perda visual”, completa o Dr. André.
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Diagnóstico
De acordo com o médico, na maioria das vezes, os aneurismas são diagnosticados com o auxílio de exames de imagem que avaliam os vasos sanguíneos cerebrais. Esses procedimentos podem ser realizados de forma não invasiva (angiotomografia ou angiorressonância) ou invasiva (angiografia cerebral).
“A angiografia cerebral (cateterismo) é o exame que oferece a melhor caracterização do aneurisma, ajudando na indicação de um eventual tratamento e servindo também como ferramenta no tratamento endovascular (embolização)”, destacou o Dr. André.
Por isso, é muito importante que os beneficiários sempre procurem por profissionais com experiência no tratamento de aneurismas cerebrais. São eles:
> Neurologista vascular
> Neurocirurgião vascular
> Neurointervencionista
Esses médicos poderão avaliar e orientar adequadamente sobre os riscos inerentes ao aneurisma e ao tratamento, de forma segura e eficiente.
“Como são lesões heterogêneas nos aspectos de tamanho, localização, forma e quantidade, e somando a particularidades pessoais de cada indivíduo, existem tanto aneurismas de risco baixo quanto lesões que necessitam de uma abordagem precoce”, alertou o Dr. André Rezende.
Tratamento:
A maior preocupação é com os aneurismas que se romperam. Eles devem ser tratados no menor tempo possível, após o sangramento. Por isso, a urgência do socorro médico quando surgirem os primeiros sintomas.
Já a indicação para o tratamento dos aneurismas não rotos é baseada no risco relativo de ruptura da lesão ao longo do tempo. “Para isso é levada em conta uma série de informações relacionadas ao paciente e ao aneurisma”, destaca o Dr. André.
Subtipos de AVC:
AVC isquêmico - este tipo ocorre na maioria dos casos. Ele acontece quando obstrui (falta) sangue em determinada parte do cérebro.
AVC hemorrágico - conhecido como derrame, é quando uma artéria se rompe e o sangue atinge algum lugar do cérebro. Apesar desse tipo ser mais raro, na maioria dos casos ele é mais grave, com alto risco de morte.
Como evitar?
A receita para evitar o aneurisma e as doenças vasculares como um todo é a comum à prevenção da maior parte das enfermidades: ter bons hábitos de vida, aliando uma alimentação saudável com a prática de atividades físicas. São ações que você pode adotar na rua rotina e, assim, prevenir o aparecimento dos aneurismas e até retardar evolução dessas lesões.
“As recomendações de mudança no estilo de vida são fundamentais para que possamos reduzir os impactos relacionados”, disse o dr. André.
O médico alerta que, hoje, o AVC (em geral) é a segunda maior causa de morte no nosso país e, de longe, a primeira causa de incapacitação temporária ou permanente.
Caso você identifique a manifestação de um possível AVC, procure imediatamente atendimento em um centro capacitado para o tratamento. “Quanto mais precoce o tratamento, maior a possibilidade de uma evolução satisfatória. Tempo é cérebro!”, conclui o médico.
Prevent Senior
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