O Carnaval é a festa mais esperada pela maioria dos brasileiros, mas também é preciso ter cuidado com a saúde. No meio da folia, até mesmo um beijo pode ser responsável por transmitir doenças infecciosas. Para nos ajudar a entender possíveis riscos, a médica infectologista e chefe da especialidade na Prevent Senior, Clara Buscarini, explica quais são as infecções que têm maior recorrência nesta época do ano e as formas de preveni-las.
A melhor forma de prevenção contra as infecções sexualmente transmissíveis [ISTs] sempre será o uso de preservativos. “No entanto, existem outras doenças que podem ser adquiridas sem a necessidade de um contato tão íntimo, como com fluídos e lesões ativas”, esclarece a médica. Segundo ela, a melhor estratégia é a prevenção combinada, como o uso de preservativos, profilaxia pré e pós exposição, testagem frequente e vacinação.
A herpes é uma das infecções mais frequentes, destaca a médica. Essa doença tem transmissão pelo ato sexual e é causada pelo vírus herpes simples (HSV), que tem alta prevalência e pode se apresentar em duas principais manifestações clínicas:
O tipo 1 da infecção se manifesta com feridas na face, principalmente na região da boca, e segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) está presente no organismo de 3,7 bilhões de pessoas com menos de 50 anos em todo o mundo. O tipo 2 atinge os órgãos genitais e, ainda de acordo com a OMS, acomete 491 milhões de pessoas entre 15 e 49 anos em nível global.
O período de incubação da herpes, ou seja, o tempo que o corpo leva para manifestar sintomas da doença após o contágio, é de cerca de 10 a 15 dias, sendo que a fase de maior transmissibilidade se dá enquanto as lesões (também chamadas de vesículas) estão ativas.
Outros sintomas da herpes são: ardor, coceira, formigamento e gânglios inflamados.
Medidas de prevenção: usar preservativo durante relações sexuais, evitar ter relações sexuais com múltiplos parceiros, não compartilhar objetos pessoais e não utilizar itens pessoais de outras pessoas.
Tratamento: remédios antivirais.
Atenção! Não há cura para a herpes. Uma vez contaminada, a pessoa carregará o vírus em seu organismo por toda a vida. As lesões poderão voltar em momento de baixa imunidade, lembrando que, de forma geral, trazem pouca complicação durante a vida.
HPV
Outro ponto de atenção destacado pela infectologista é com o HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano), uma IST também muito frequente. De acordo com estudos citados pelo Instituto Nacional de Câncer – Inca, 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas pelo vírus em algum momentos de suas vidas – porcentagem que pode ser ainda maior nos homens.
A infecção pelo vírus do HPV atinge a pele ou mucosas (oral, genital ou anal), podendo causar verrugas (às vezes acompanhadas de coceira) ou até mesmo câncer. Seu tempo de incubação varia: os sintomas podem surgir entre 2 e 8 meses após o contágio ou até mesmo demorar anos para se manifestarem.
O diagnóstico da infecção é realizado, em geral, por meio de história e avaliação clínica da lesão. O tratamento consiste na destruição das lesões, mas é aplicado de forma individualizada, dependendo do quadro apresentado pelo paciente.
“Atualmente a vacina para HPV está disponível no SUS, de forma gratuita para meninos e meninas de até 14 anos, e para demais pacientes imunossuprimidos com até 45 anos, além de estar disponível no sistema particular para os demais grupos. A vacina previne o desenvolvimento de lesões e aumenta a resposta imunológica do paciente”, complementa a infectologista.
O uso de preservativo também é outra recomendação, segundo a especialista, mas diferentemente de outras ISTs, não protege 100% contra a doença, já que o HPV pode se manifestar em áreas não protegidas pela camisinha.
Além disso, é importante estar atento aos exames preventivos para o diagnóstico precoce e início do tratamento. No caso das mulheres, a realização do Papanicolau permite identificar lesões no colo do útero que podem ser tratadas antes de se tornarem câncer.
“Nos homens que fazem sexo com homens, também é indicada a anuscopia de forma rotineira, como forma de rastreio/prevenção”, alerta a médica.
Sífilis
A sífilis é uma IST causada por bactéria que pode atingir órgãos genitais, pele, mucosas e outras partes do corpo. Ela tem como sintoma inicial o surgimento de uma única lesão, no local do contágio, que pode estar acompanhada de ínguas. Quando não identificada e tratada, a doença evolui, podendo causar erupções cutâneas de formas variadas, associadas ou não a outros problemas que afetam o corpo como um todo. Em seu estado mais avançado (conhecido como sífilis terciária), pode resultar em lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas graves.
Segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 167 mil novos casos da doença, em sua forma adquirida, ou seja, transmitida por meio de relações sexuais foram registrados no Brasil em 2021. No primeiro semestre de 2022, esse número chegou próximo de 80 mil ocorrências.
O diagnóstico da sífilis é realizado por meio de exame laboratorial e o tratamento com antibióticos. Para evitar o contágio, a medida mais eficiente é o uso de preservativos durante relações sexuais.
Saiba mais sobre a Sífilis clicando aqui.
Aids
Uma das ISTs mais delicadas é a Aids, que teve o registro de 15.412 casos no Brasil no ano passado, segundo o Ministério da Saúde. A doença é causada pelo vírus HIV, responsável por atacar a defesa do organismo, e costuma causar infecção silenciosa por cerca de 10 anos. Após esse longo período, o paciente tende a iniciar as manifestações clínicas da doença, que pode ter como sintomas a perda de peso, tosse, diarreia, febre, lesões cutâneas e infecções bacterianas/virais oportunistas. O diagnóstico é feito por meio de exame laboratorial e, apesar de não haver cura, a enfermidade possui tratamento.
“O uso de preservativo durante relações sexuais é a principal forma de evitar o contágio, mas há outros cuidados para não ser contaminado com a doença, estratégias conhecidas como combinadas, que seriam oferecer testagem em massa e o uso de profilaxia pré e pós exposição, principalmente na população que esteja mais em risco”, esclarece a médica da Prevent Senior.
Alvo da campanha Dezembro Vermelho, a Aids foi tema de um material detalhado recentemente, que pode ser acessado no blog da Prevent Senior.
Hepatites
A médica Clara Buscarini alerta que a hepatite viral também merece atenção no período de Carnaval, já que alguns tipos da doença são transmitidos por meio de relações sexuais desprotegidas. Essa relevância também é estampada nos dados oficiais, já que, de 2000 a 2021, quase 720 mil casos desse tipo de infecção foram confirmados no Brasil (Fonte: Ministério da Saúde).
“As hepatites virais são infecções que afetam o fígado e resultam em alterações que vão de leve a grave. Sua transmissão ocorre de várias formas, mas, por meio de relações sexuais sem o uso de preservativo, temos como destaque as hepatites A, B e C”, explica a infectologista.
Os principais sintomas de hepatites virais são: febre, fraqueza, mal-estar, dor abdominal, enjoo e náusea, vômitos, perda de apetite e urina escura, além de olhos e pele amarelados.
O diagnóstico da infecção ocorre por meio de exame laboratorial e o tratamento varia dependendo do quadro do paciente. No caso da hepatite B, a principal forma de prevenção é a vacinação, mas outros cuidados são essenciais e valem para as hepatites virais como um todo. São elas: o uso de preservativo durante relações sexuais, não compartilhamento de seringas e agulhas ou outros itens que possam ter entrado em contato com o sangue contaminado.
Saiba mais sobre hepatites clicando aqui.
Doença do Beijo
Não menos importante, a infectologista Clara Buscarini alerta para os cuidados necessários para não contrair a mononucleose, conhecida como a doença do beijo. Essa infecção é causada por um vírus e, ao contrário do que é comumente difundido, sua transmissão não ocorre apenas pelo beijo.
“A infecção pode ser contraída pelo contato íntimo com secreções de pessoas contaminadas. Por isso, o beijo recebe tanto destaque, especialmente quando se trata de Carnaval. O simples contato com superfícies contaminadas é suficiente para haver o contágio”, esclarece.
Sintomas da mononucleose: febre, mal-estar, dor e inflamação na garganta, fadiga, inchaço dos gânglios da região do pescoço e garganta, dor de cabeça e erupção cutânea. Geralmente é uma doença de curso benigno, com resolução e cura espontâneas.
Forma de prevenção: higienizar bem as mãos, não compartilhar objetos pessoais e cobrir a boca e o nariz ao espirrar.
Atenção! Os sintomas da mononucleose são muito semelhantes aos de outras infecções. Por isso, é importante sempre buscar atendimento médico para um diagnóstico correto e a indicação de tratamento adequado.
Dicas para o folião
Para se defender das infecções e aproveitar o Carnaval com tranquilidade, fique atento a essas dicas: durante as festividades, é importante evitar o consumo exagerado de álcool e hidratar o corpo. Outra dica é dormir as horas necessárias para um descanso completo.
É sempre bom lembrar: durante todo o ano, é fundamental manter hábitos saudáveis, fazer exercícios físicos e ter uma alimentação balanceada.
A Prevent Senior
Operadora de saúde especialista em pessoas, a Prevent Senior atua há quase 26 anos e conta com uma ampla rede própria. Os Hospitais e Prontos Atendimentos Sancta Maggiore são equipados com o que há de melhor para oferecer sempre em cuidados diferenciados. A rede ainda é composta por Núcleos de Medicina Avançada e Diagnóstica e Núcleos especializados em Cardiologia, Oftalmologia, Oncologia, Ortopedia/Traumatologia e Reabilitação em São Paulo e no Rio de Janeiro.
#VEMSERPREVENT
Entre em contato AQUI com um consultor. Indique para amigos e familiares.
ATENÇÃO! Somente médicos devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, recomendar tratamentos e receitar medicamentos. Em caso de suspeita de sintomas, agende uma consulta ou procure uma das unidades de pronto atendimento da Prevent Senior.