Com o passar dos anos, o organismo humano naturalmente para de produzir hormônios importantes para a manutenção da saúde do corpo. É nesse momento que, graças aos avanços da medicina, a Terapia de Reposição Hormonal (TRH) pode fazer uma grande diferença na qualidade de vida não apenas de mulheres, na menopausa, mas na vida dos homens que também podem sofrer com a queda na produção dessas substâncias. A TRH, quando indicada de forma segura por um profissional especializado, além de reduzir e até mesmo eliminar os sintomas incômodos dessa fase, previne a perda óssea e muscular, além de estar associada à melhora cognitiva e à redução do risco de demência no Adulto+.
Com a ajuda dos nossos especialistas, a médica mastologista Michele Medeiros e o médico urologista José Alexandre, reunimos aqui, no Blog da Prevent, essas e outras informações para esclarecer todas as questões sobre o tema. Confira.
Mulheres: Terapia de Reposição Hormonal e menopausa
A menopausa é uma fase natural da vida pela qual todas as mulheres irão passar. Ela ocorre quando há ausência permanente dos ciclos menstruais por no mínimo 12 meses e, geralmente, atinge mulheres entre 45 e 55 anos de idade. Quando ocorre antes dos 40 anos, é considerada menopausa precoce e após os 55 anos, menopausa tardia. Ela também pode ser desencadeada por cirurgias ginecológicas, como retirada do útero e ovários, causando a interrupção da produção de hormônios de forma abrupta no corpo, o que pode deixar os sintomas ainda mais intensos.
No processo natural da menopausa, há uma evolução gradativa do quadro. Quando ela está se aproximando, os níveis dos hormônios estrogênio e progesterona começam a variar e a diminuir no corpo da mulher de forma irreversível. É um processo natural do corpo, no entanto, os sintomas desse fenômeno podem ser incômodos e variam de mulher para mulher.
Esses sintomas podem afetar diretamente o dia a dia das mulheres e a reposição hormonal pode ser uma forte aliada nesse momento. “A TRH atua para amenizar os efeitos deletérios que a menopausa pode trazer. Melhora os fogachos, por exemplo, que são os sintomas que mais afetam as pacientes nesse período e podem impactar diretamente na produtividade e qualidade de vida delas”, explica a doutora Michele Medeiros.
Você sabia?
Fogachos é o nome dado para ondas de calor que atingem mulheres que estão na menopausa, em decorrência da elevação da temperatura em algumas partes do corpo. Ele é um dos sintomas mais comuns dessa fase e motivo de incômodo para muitas mulheres.
Além disso, a especialista destaca que a reposição hormonal, quando indicada de forma segura e bem avaliada por um profissional, ajuda na manutenção da massa magra, da musculatura e da massa óssea do Adulto+. Quando a mulher entra na menopausa existe uma perda da massa óssea e muscular aceleradas, o que requer atenção: “Isso pode levar a uma série de problemas, inclusive aumento de risco para fratura e também de doenças, como a osteoporose”, alerta a mastologista Michele Medeiros.
Outro impacto importante importante da menopausa é em relação à saúde sexual da mulher. Com o hipoestrogenismo (termo técnico para a diminuição da quantidade de hormônio feminino), os sintomas urogenitais, como ressecamento vaginal e a atrofia vaginal, podem levar a uma cistite de repetição. “Isso pode tornar a vida sexual insatisfatória. A paciente pode começar a sentir dor na relação sexual e se sentir desconfortável”, informa a médica. Ela explica, ainda, que o fato de a mulher ter cistite de repetição aumenta o risco de complicações, como infecção urinária mais grave, principalmente se for uma paciente mais idosa. “A reposição hormonal facilita o tratamento desses sintomas”, ressalta a mastologista.
A alteração do perfil lipídico também pode ocorrer a partir da menopausa, gerando um aumento do popular “colesterol ruim”, o que possibilita o surgimento de doenças cardiovasculares. A TRH consegue evitar esse cenário, além de também melhorar a cognição e diminuir o risco de demência do Adulto+.
Ou seja, a reposição hormonal pode melhorar o perfil lipídico, a composição corporal, a cognição, a saúde sexual e diminuir os riscos de doenças cardiovasculares, Acidente Vascular Cerebral (AVC), osteoporose e demência. “Se estamos falando de um tratamento com esses benefícios, estamos falando de um aumento da longevidade e da qualidade de vida. Estamos vivendo cada vez mais e podemos permitir uma terceira idade de qualidade”, afirma Michele Medeiros.
Por todos esses benefícios, a reposição hormonal é importante para promover qualidade de vida. No entanto, a mastologista da Prevent Senior pondera: “recomendo desde que seja feita de forma criteriosa e cautelosa para que o quadro clínico do paciente não seja prejudicado com possíveis efeitos colaterais”.
Contraindicações e tratamentos alternativos
Apesar de os especialistas apoiarem o uso da TRH para a maioria das mulheres, há quadros de saúde específicos em que a reposição hormonal pode ser contraindicada. Por exemplo, pacientes com histórico de AVC, infarto, trombose, câncer de mama e doenças renais precisam de avaliação clínica e laboratorial para saber se podem ou não realizar a reposição hormonal.
“A reposição hormonal precisa oferecer um tratamento que vai causar mais benefícios que riscos ao paciente”, explica a mastologista. Quando há a contraindicação à TRH, a especialista esclarece que existem diversos tratamentos alternativos que variam de acordo com os sintomas de cada mulher durante a menopausa. Como exemplo, cita o uso de terapias com produtos naturais e/ou específicos que não utilizam a fórmula direta do hormônio, lasers íntimos, hidratantes vaginais à base de água e ácido hialurônico e o cuidado com a saúde mental.
Outra recomendação que tem papel importante na melhoria destes sintomas é a prática periódica de atividades físicas. “A pessoa ativa fisicamente apresenta menor perda de massa óssea e de massa muscular, fica mais protegida contra o câncer de mama, câncer do colo retal, contra doenças do coração e também diabetes e hipertensão” esclarece a médica que conclui enfatizando: “cultivar esse hábito e seguir as outras recomendações médicas certamente representa uma melhora significativa da vida na terceira idade”.
TRH na menopausa e prevenção ao Alzheimer
Pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, publicaram um novo estudo que aponta a relação benéfica entre a utilização da TRH, a idade em que a menopausa ocorre e a Doença de Alzheimer. Primeiramente, o estudo mostra que a menopausa precoce ou ocasionada por cirurgia antes dos 45 anos é um fator de risco para demência. No entanto, a incidência não é significativa nas mulheres que iniciaram a reposição hormonal logo ao fim da menstruação.
No estudo, publicado em abril de 2023, foram identificados altos níveis de proteína tau - que é um dos indicadores da doença - em mulheres que iniciaram a TRH de forma tardia, cerca de cinco anos após a menopausa. Dessa forma, quanto antes iniciar o tratamento, melhor.
Homens: Terapia de Reposição Hormonal e andropausa
A reposição hormonal ainda é vista como tabu no universo masculino. No entanto, ela pode apresentar vários benefícios para a saúde do homem. O Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino (DAEM), conhecido como andropausa, é a queda natural da produção de hormônios masculinos, principalmente com início entre os 40 e 55 anos, sendo a testosterona o principal deles. Com o avanço da idade, o organismo diminui gradativamente a produção desses hormônios, causando diversos sintomas que se apresentam também de forma gradual.
O urologista José Alexandre explica que, de forma geral, a Terapia de Reposição Hormonal é indicada para homens que apresentam medidas de testosterona abaixo da faixa laboratorial de 350 nanogramas por decilitros.
“A reposição hormonal traz vários benefícios, como a melhora na vida sexual, na cognição, na memória, a prevenção da osteoporose e osteopenia (perda de massa magra), aumento da força, ganho de massa muscular e, em alguns casos, a perda de peso”, exemplifica o especialista.
Mas, assim como acontece com as mulheres, os pacientes devem ser avaliados por especialista para garantir um tratamento seguro. No caso dos homens, também existem algumas contraindicações que podem impossibilitar o uso da TRH. “Devem ser avaliados por médicos os pacientes com câncer de próstata ativo, hipertensão ou insuficiência cardíaca graves, obesidade, entre outros fatores de risco”, explica o urologista.
Atividades físicas e uso de outros tipos de tratamentos que não contenham o hormônio na composição podem ser alternativas eficazes para pacientes homens que não tenham indicação para a Terapia de Reposição Hormonal. O mais importante é sempre atentar-se ao corpo e cultivar o cuidado da saúde.
ATENÇÃO! Somente médicos devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, recomendar tratamentos e receitar medicamentos. Em caso de suspeita de sintomas, agende uma consulta ou procure uma das unidades de pronto atendimento da Prevent Senior.
PREVENT SENIOR
Operadora de saúde especialista em pessoas, a Prevent Senior atua há 26 anos e conta com uma ampla rede própria. Os Hospitais e Prontos Atendimentos Sancta Maggiore são equipados com o que há de melhor para oferecer sempre em cuidados diferenciados, inclusive para tratamentos específicos para casos de neurologia.
A rede ainda é composta por Núcleos de Medicina Avançada e Diagnóstica e Núcleos especializados em Cardiologia, Oftalmologia, Oncologia, Ortopedia/Traumatologia e Reabilitação em São Paulo e no Rio de Janeiro.
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