Outubro Rosa 2024: prevenção e diagnóstico do câncer de mama

Outubro Rosa 2024: prevenção e diagnóstico do câncer de mama

30 de setembro de 2024

Saúde

Outubro rosa é uma das campanhas de saúde mais bem-sucedidas. Onde quer que você vá a partir de agora, na vida real ou virtual, verá o mundo cor-de-rosa.

Prédios, embalagens, monumentos famosos, grupos de WhatsApp e o feed das redes sociais passam uma só mensagem: chegou a hora de agendar a mamografia. Nenhuma mulher vai se esquecer do autoexame das mamas — que na idade reprodutiva deve ser feito mensalmente, uma semana após a menstruação.

Todo esse engajamento é positivo e muito bem-vindo no desafio de conscientizar e prevenir o câncer de maior incidência no mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 2 milhões de mulheres recebem o diagnóstico por ano.

No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima o surgimento de pelo menos 66,54 casos de câncer de mama a cada 100 mil mulheres para cada ano deste triênio (2023-2025).

A doença ocupa a primeira posição em todas as regiões brasileiras, mas o Sudeste (84,46/100 mil) e o Sul (71,44/100 mil) concentram mais casos. Números que justificam a popularidade e magnitude da campanha internacional de Outubro Rosa.

Em outubro e em todos os outros meses, sempre é tempo de rever as principais orientações de prevenção do câncer de mama e conhecer o próprio corpo para identificar os sinais de alerta. Acompanhe o conteúdo com observações do Dr. João Paulo Ferraz de Barros, médico coordenador da especialidade de Ginecologia e Obstetrícia da Prevent Senior, e saiba o que a operadora oferece com exclusividade às beneficiárias no combate à doença.

Pode ser câncer de mama

Partimos do ponto de que o câncer de mama pode se manifestar de muitas maneiras e qualquer mudança no corpo merece atenção.

7 Sinais de alerta para o câncer de mama


1. Nódulo ou massa na mama

Pode ser palpável e geralmente é indolor.

2. Alterações visíveis na forma ou tamanho da mama

Incluindo um aumento súbito ou assimetria.

3. Alterações na pele da mama

A pele da mama pode ficar vermelha, inchada, com aparência de casca de laranja ou com textura irregular.

4. Mudanças no bico do peito

O bico do peito pode ser invertido ou conter secreção. Atenção especial se conter sangue ou pus.

5. Dor na mama ou na axila

Embora o câncer de mama normalmente não cause dor, qualquer desconforto na mama ou na axila deve ser investigado.

6. Alterações nos linfonodos

Nódulos inchados na região da axila ou acima da clavícula podem indicar câncer.

7. Nódulos em regiões próximas à mama

Nódulos ou massas fora da mama, como na área do pescoço ou na clavícula, podem ser sinais de câncer.

O Dr. João Paulo alerta, porém, que muitos desses sintomas também podem ser causados por condições não cancerígenas, como cistos ou infecções.

“Qualquer alteração deve ser avaliada por um profissional de saúde. O diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento eficaz, então, se notar qualquer mudança, o recomendado é procurar um médico”.

O que diferencia um nódulo benigno de um maligno?

É benigno

Um nódulo de mama benigno geralmente é sólido, móvel, e não costuma causar dor. Pode ter forma arredondada e bordas regulares, sem alterações na pele ao redor.

É câncer de mama

Já um nódulo maligno tende a ter consistência mais firme, é menos móvel, de bordas irregulares e aderidas aos tecidos ao redor. Ele pode causar alterações na pele da mama, como vermelhidão ou espessamento, e secreção no mamilo.

Microcalcificações agrupadas e de padrões específicos, pequenas áreas de calcificação, também podem ser indícios de câncer de mama.

“Na mamografia, um nódulo benigno geralmente tem bordas bem definidas e contornos suaves, podendo ter uma forma arredondada ou ovalada. Já um nódulo maligno tende a ter bordas irregulares ou espiculadas, e ter aspecto mais heterogêneo”, diz o ginecologista.

Diagnóstico do câncer de mama

A avaliação de um nódulo na mama envolve, ainda, uma série de etapas até o diagnóstico de câncer.

Tudo começa com uma consulta, na qual o médico pergunta sobre o histórico de saúde e realiza um exame físico. Exames de imagem, como mamografia e ultrassonografia das mamas, são solicitados para distinguir nódulos sólidos e císticos e avaliar a necessidade de biópsia complementar.

A mamografia é o principal exame para diagnosticar o câncer de mama, sendo que em alguns casos pode ser necessária a realização de ultrassonografia das mamas para análise. Ambas são indolores.

A mamografia, preferencialmente com técnica digital, é crucial para a detecção precoce do câncer de mama em mulheres acima de 40 anos porque pode identificar tumores antes que se tornem palpáveis ou causem sintomas.”

Já agendou a Mamografia?

Antes dos 40 anos

Indicada quando há suspeita de síndromes hereditárias ou para complementar o diagnóstico em caso de nódulos palpáveis.

40+ — anualmente

50+ — a cada 2 anos

As sociedades médicas indicam o rastreio regular dos 40 aos 74 anos. Acima dos 75 anos, o recomendado é realizar a mamografia em mulheres com expectativa de vida acima de 7 anos.

Fonte: Ministério da Saúde

A detecção precoce é uma grande vantagem de manter a mamografia em dia, pois possibilita opções de tratamento mais eficazes e menos invasivas, aumentando as chances de cura em até 95%.

O exame identifica, por exemplo, aquelas microcalcificações citadas acima e outras alterações sutis do câncer, mesmo na ausência de um nódulo visível.

“A literatura médica é consistente: a mamografia é o único exame de rastreamento populacional capaz de reduzir a mortalidade feminina”, enfatiza o médico.

O Programa da Mama e o Ginecocare da Prevent Senior

A Prevent Senior possui programas para facilitar a identificação do tumor em seu estágio inicial.

É o caso do Programa da Mama, que possibilita a análise do exame de mamografia por um médico especialista em radiologia mamária no mesmo local e dia que foi realizado. Assim, é possível fazer avaliações complementares na mesma unidade e data.

Quando a beneficiária não consegue realizar esses exames extras de imediato, é agendada para atendimento quanto antes.

No fluxo habitual da rede externa, a mamografia e exames complementares de ultrassom, biópsias, resultado da biópsia, retorno ao médico solicitante e o direcionamento ao mastologista podem demorar até seis meses. Mas na rede interna, por meio do Programa da Mama, agilizamos ao máximo esses processos, realizando tudo no mesmo momento, com o método "one stop shop" (conceito americano para descrever empresas que oferecem diversos produtos em único lugar).

Com o Programa, o diagnóstico do paciente é agilizado, possibilitando intervenção rápida. Ele está ativo nos Núcleos de Medicina Diagnóstica por Imagem Prevent Senior Itaim Bibi (Rua Clodomiro Amazonas, 150 - Vila Nova Conceição) e Tatuapé (Rua Padre Estevão Pernet, 551 - Vila Gomes Cardim).

Outro programa da Prevent Senior, o Ginecocare, segue essa mesma linha de cuidados, é semelhante ao Programa da Mama, mas abrange todos os exames para monitoramento da saúde feminina por completo.

A iniciativa consiste em contatar beneficiárias que agendaram consultas com ginecologistas para lançar em sistema todos os pedidos de exames necessários, de acordo com a idade de cada paciente. Dessa forma, elas realizam todas as avaliações antes da consulta e passam por atendimento médico com os resultados em mãos.

E quais são os fatores de risco do câncer de mama?

Fatores hormonais / da vida reprodutiva:
- Primeira menstruação (menarca) antes dos 12 anos;
- Menopausa após os 55 anos;
- Nunca ter gerado filhos;
- Primeira gravidez após os 30 anos;
- Uso de contraceptivos orais (estrogênio-progesterona);
- Uso de terapia de reposição hormonal (estrogênio-progesterona) por mais de cinco anos.

Fatores ambientais / comportamentais:
- Grande exposição a radiações ionizantes (utilizadas na radioterapia, raio-x, tomografia computadorizada e mamografia);
- Sobrepeso e obesidade;
- Consumo de bebidas alcoólicas;
- Sedentarismo ou baixa atividade física.

Fatores genéticos:
- Relacionado a uma mutação específica (genes BRCA1 e BRCA2);
- Casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos;
- História familiar de câncer no ovário;
- História familiar de câncer de mama em homens.

Alimentação saudável e atividade física são as grandes aliadas da prevenção

Agora que já conhece as variáveis que aumentam os riscos de uma mulher ter câncer de mama, vamos aos aliados na luta contra a doença. A alimentação e a prática de atividades físicas desempenham papéis significativos aqui.

Por que uma dieta equilibrada é tão importante? Comer frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras frequentemente ajuda a manter o seu peso sob controle, reduz a inflamação e, consequentemente, o risco de ter câncer.

Por outro lado, o consumo excessivo de alimentos processados, gorduras saturadas e álcool é um gol contra e prejudica a saúde.

A prática regular de atividade física, pelo menos 150 minutos por semana, é igualmente relevante por também contribuir no controle do peso e dos níveis de estrogênio (hormônio sexual mais presente em mulheres). Para quem já vive com câncer de mama, se exercitar continua entre as recomendações, pois melhora os efeitos colaterais do tratamento e diminui o tempo de recuperação.

Portanto, adotar uma alimentação saudável e manter-se fisicamente ativo são estratégias eficazes quando falamos de câncer de mama, altamente recomendadas pela comunidade médica.

10 alimentos aliados no combate ao câncer de mama

Alimentos ricos em nutrientes e antioxidantes contribuem para a proteção das células:

1 - Brócolis: rico em fibras e compostos antioxidantes.

2 - Frutas vermelhas (como morangos e framboesas): contêm antioxidantes e fitoquímicos que ajudam a combater o estresse oxidativo.

3 - Espinafre: fonte de vitaminas, minerais e antioxidantes que promovem a saúde celular.

4 - Nozes e amêndoas: fornecem ácidos graxos saudáveis e antioxidantes que podem ajudar a reduzir a inflamação.

5 - Salmão: rico em ácidos graxos ômega-3, que possuem propriedades anti-inflamatórias.

6 - Cenoura: contém betacaroteno e outros antioxidantes que ajudam na proteção celular.

7 - Tomate: fonte de licopeno, um antioxidante que pode ajudar a reduzir o risco de câncer.

8 - Chá verde: contém catequinas, que possuem propriedades antioxidantes e podem ajudar a proteger as células.

9 - Feijão: rico em fibras e fitoquímicos.

10 - Cúrcuma: contém curcumina, composto com propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes.