PROMESSA NA CATEGORIA PESADO, VICTORIA ARCHINÁ SONHA COM VAGA NA SELEÇÃO

PROMESSA NA CATEGORIA PESADO, VICTORIA ARCHINÁ SONHA COM VAGA NA SELEÇÃO

29 de agosto de 2022

Judoca foi revelada no tradicional Clube Atlético Juventus

O Brasil vive um momento excelente na categoria pesado do judô feminino (mais de 78kg). Prova disso foi a excepcional participação no Mundial da Hungria, em junho de 2021. Curiosamente, nas disputas individuais, a delegação obteve duas medalhas, ambas nessa categoria, com Beatriz Souza e Maria Suelen Altheman (que já se aposentou). E já há talentos promissores se preparando para representar o Brasil em competições futuras, sem deixar o nível cair.

Um deles responde pelo nome Victoria Archiná de Oliveira. Paulistana do tradicionalíssimo bairro da Mooca, revelada pelo Clube Atlético Juventus, ela sonha, aos 26 anos, com uma vaga na delegação que o Brasil enviará para os Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028. Hoje, defende o forte Minas Tênis Clube, onde é treinada por Fúlvio Miyata.

Filha de Roberto Archiná, o diretor de futebol na época em que o clube da Mooca obteve sua maior conquista no esporte, o título da Taça de Prata de 1983, Victoria é cria da academia gerida pela família Noma no Juventus, conhecida por ser legítima representante do chamado “judô-raiz”, a exemplo da Associação de Judô Vila Sônia, responsável por revelar Aurélio Miguel e Luis Onmura, entre muitos outros.

A peso-pesado do MTC coleciona resultados recentes importantes, como o primeiro lugar na Copa Minas Internacional de Judô e o segundo na Copa Rio Internacional de Judô, ambos neste ano, e o terceiro lugar no Campeonato Brasileiro Sênior do ano passado. Neste mês, em Belo Horizonte, ela conquistou o quinto lugar no Troféu Brasil Sênior. No Grand Prix por equipes, o seu clube, o MTC, foi vice-campeão.

Judoca Victoria Archiná segurando medalha
Judoca é promessa na categoria pesado e já coleciona várias conquistas

Curiosamente, Victoria teve um início tardio no judô, aos 15 anos de idade, e ainda é faixa-marrom.

“A Victoria era muito tímida, e tinha dificuldades para se enturmar, para socializar. A gente imaginava que o esporte seria um caminho para tirá-la da timidez. Levamos uns dois anos para ela aceitar ir para o judô. Assim que ela começou, no entanto, foi se entrosando e acabou deslanchando na modalidade”, diz Antenor Noma, que foi treinador de Victoria e diretor de judô do Juventus. “A ascensão dela se deve a um conjunto de fatores. Ela é muito dedicada, humilde, forte fisicamente, e ouve muito os treinadores”, acrescenta o antigo sensei.

“Eu fazia esporte na escola. Nunca fui sedentária. Eu jogava vôlei, mas me disseram que eu não teria o perfil ideal para essa modalidade. Demorei um pouco para entrar no judô, mas gostei”, diz Victoria.

Hoje, no Minas Tênis, uma das ênfases no planejamento que envolve Victoria é o fortalecimento físico. “Organizamos a parte nutricional dela. Ela veio para cá com o peso um pouco acima do recomendável, e estamos transformando gordura em músculo. Ela tem uma qualidade técnica interessante e está na batalha para entrar na Seleção, mas ainda tem fases para cumprir”, afirma Fúlvio.

Pelo ranking da CBJ (Confederação Brasileira de Judô), Victoria é uma das atletas que deverão estar credenciadas para disputar as seletivas para entrar na Seleção Brasileira, no final do ano. A judoca havia caído bastante na listagem, porque defendia a AD São Caetano, e a Federação Paulista de Judô demorou para retomar as atividades depois da paralisação forçada pelas determinações sanitárias para contenção da pandemia.

Na mais recente edição do ranking da CBJ, Victoria subiu da 11ª para a 10ª posição.

Judoca Victoria Archiná enfrentando adversária
Apesar do início tardio no Judô, Victoria é uma das atletas que deve disputar as seletivas para entrar na Seleção Brasileira