Síndrome do olho seco: conheça os tratamentos e dicas de prevenção

Síndrome do olho seco: conheça os tratamentos e dicas de prevenção

16 de outubro de 2024

Saúde

A lágrima, formada por secreções de água, sais minerais, gorduras e proteínas, é fundamental na limpeza e purificação dos olhos.

Apesar da relação com as emoções, ao falarmos delas, não falamos necessariamente do choro, mas da lubrificação natural dos olhos através da lacrimação que protege a superfície ocular.

Quando a produção de lágrimas é insuficiente ou sua qualidade é comprometida, surge a síndrome do olho seco. O incômodo afeta pessoas de todas as idades e pode ter diversas causas, desde alterações hormonais até o uso prolongado de telas. Entenda a seguir.

Causas da síndrome do olho seco

“Quando os olhos não produzem lágrimas suficientes ou quando as lágrimas evaporam muito rapidamente, a qualidade de lubrificação na córnea é baixa.

Isso pode gerar desconforto e impactar significativamente a qualidade de vida”, diz o Dr. Paulo Hidalgo, oftalmologista da Prevent Senior.

O médico esclarece que as causas da síndrome do olho seco são multifatoriais, ou seja, vários fatores podem colaborar para o ressecamento dos olhos.

1. Fatores ambientais

Clima seco, ambientes com baixa umidade, exposição prolongada ao vento, poluição, fumaça, produtos químicos e tabagismo entram na lista.

2. Fatores biológicos

Sabia que com o envelhecimento, a produção de lágrimas tende a diminuir? Alterações hormonais, especialmente em mulheres na menopausa, também podem afetar essa produção.

3. Condições médicas

Doenças autoimunes como a síndrome de Sjögren, caracterizada pela manifestação de secura ocular e na boca; e diabetes, que pode afetar a função das glândulas lacrimais, são exemplos.

Assim como o uso de medicamentos anti-histamínicos, antidepressivos, remédios para pressão alta e descongestionantes nasais, que tendem a reduzir a produção de lágrimas.

4. Lentes de contato

Uso prolongado ou inadequado pode prejudicar a lacrimação.

5. Cirurgias oculares

Procedimentos como cirurgia refrativa (LASIK) e cirurgia de plástica das pálpebras também podem afetar esse processo natural.

Como os sintomas impactam na qualidade de vida

A sensação de ardor, coceira e areia nos olhos incomodam e, junto a uma possível turvação visual, podem dificultar as atividades diárias, como ler e usar o computador.

“Há um aumento significativo da sensibilidade à luz, o que torna as atividades ao ar livre mais desconfortáveis”, comenta o especialista.

Tratamentos seguros

Por se tratar de uma condição multifatorial, o tratamento também precisa seguir várias frentes, incluindo mudanças no estilo de vida.

Manter uma dieta rica em ômega-3, por exemplo, pode ajudar a melhorar a qualidade das lágrimas. Elas possuem uma camada de óleo que o ômega-3 ajuda a estabilizar, evitando a evaporação rápida e prolongando a lubrificação.

Peixes gordurosos (salmão e atum), sementes (linhaça e chia), nozes e castanhas são alimentos ricos em ômega-3.

Outro tratamento indicado de primeira pelos especialistas são as lágrimas artificiais, terapias disponíveis em versões de colírios, géis ou pomadas, receitadas conforme as necessidades do paciente.

E em algumas situações, há indicação de procedimentos cirúrgicos, como nos casos refratários.

Como prevenir a síndrome do olho seco

Siga as dicas do Dr. Paulo Hidalgo:

1. Mantenha o ambiente umidificado

Use um umidificador para adicionar umidade ao ar, especialmente em climas secos.

2. Evite exposição prolongada a ambientes secos

Use óculos de proteção em condições de vento ou poluição.

3. Faça uma pausa das telas

Durante o uso prolongado de telas, faça pausas regulares para descansar os olhos.

4. Hidrate-se

Beba bastante água para ajudar na produção de lágrimas.

5. Fique atento no uso de lentes de contato

Atenção às recomendações de uso e armazenagem das suas lentes de contato. Se notar qualquer irritação nos olhos, considere uma substituição e faça o acompanhamento com um oftalmologista.